USINAS DE BIOGASEIFICAÇÃO SANITÁRIA DE ESGOTOS E LIXOS
Este site é um resumo de site com o nome acima, e que desapareceu misteriosamente da INTERNET. Vamos então contar a história de como a empresa de saneamento básico, SANEPAR, que tinha a maior estação de tratamento biológico MAIS ENERGÍVORO do Brasil, a grande ETE BELEM, por lodos ativados por AERAÇÃO PROLONGADA, em que praticamente se produz pouco lodo excedente porque a matéria orgânica fica tanto tempoaerando, que acaba por ser oxidada e mineralizada. Para isso faz-se necessário um gasto enorme de energia de aeração, por ar difuso ou aeradores mecânicos. Requer uma potência de 2,4 MW para tratar 25.000 kg DBO5 por dia oriundo de 500.000 habitantes, praticamente 0,1 kW/kgDBO5/dia, o que é praticamente o dobro de ETEs convencionais, onde ainda se obtem lodo primário (fezes concentradas, boas para digerir) e um excesso de lodos orgânicos, não tão mineralizado, e que também pode ser adensado e levado para o digestor anaeróbio e produzir mais biogás e mais lodos = biofertilizantes. Além de gastar muito menos energia com aeração, a ETE ainda produz bastante energia na forma de biogás e biofertilizante agrícola mais denso e fácil de secar.
Por certo nós e a SANEPAR adotamos uma alternativa que só se justificava porque a energia elétrica era subsidiada, abundante e barata, o que justificava tanques e capacidades maiores de aeração também maior. Não demos valor algum ao biogás excedente, muito, que era produzido e queimado na estação de tratamento de esgotos convencional. , a alternativa então concorrente. Isso porque o BIOGÁS excedeente não tinha valor ou qualquer utilidade.
Nossa decisão adotada fora desastrada. Por 40 anos desperdiçamos enorme enegia com aeração SUPER-"ENERGÍVORA", CAMPEÃ BRASILEIRA e QUASE MUNDIAL. O engº hidráulico Munir Saab, então nosso Diretor Presidente da SANEPAR deu seu apoio e decisão pela opção energívora, a que foi construída e funciona por 40 anos. Em 1981-1982 desenvolvemos o projeto ANAEROSEL que transformava os enormes tanques digestores aeróbios em biodigestores ANAERÓBIOS de fluxo ascndente do esgoto bruto contra manto de lodos, com mínimas obras, e eliminando os gastos com energia. Ao invés disso a SANEPAR insistiu em manter o projeto original e por mais 36 anos preferiu continuar com os tratamentos aeróbios energivoríssimos (2,4 MW) quando deixaria de gastar energia e produzindo biogás. Não se pode esperar por milagres contra decisões arraigadas. Se geraria mais lodo e de melhor qualidade para usar na anexa Usina Biodigestora de Lixos Orgànicos (de comida, do CEASA, etc) a poucas centenas de metros de distância. Foi muito difícil modificar a consciência dos consultores em saneamento a aceitarem a tecnologia anaeróbia. Somente quando VIRAM os resultados promissores dos reatores RALF=UASB da SANEPAR, FOI QUE ACEITARAM e a tecnologia se espalhou por todo o Brasil, como que a tecnologia e filosofia padrão. Produzem biogas!!!
Alguns anos após o engº Munir deixar a Presidência da SANEPAR, ele se tornou Superintendente de Desenvolvimento Energético da COPEL, na área de biocombustíves, aí incluindo o BIOGAS RURAL e LIXOS. Logo o engº Munir compreendeu que estávamos gastando uma quantidade imensa de energia para tratar esgotos e nâo gerando biogás algum, como fazem as Estações CONVENCIONAIS, como a antiga que tínhamos funcionando em LONDRINA desde 1965, e feita com projeto e fornecimento de equipamentos da França. Até hoje o digestor anaeróbio de lodos primário e secundário é SUPER-MODERNO, e SEM AQUECIMENTO, QUE O ENCARECERIA e porque o clima mais QUENTE TORNAVA VIÁVEL A DIGESTÃO À TEMPERATURA AMBIENTE. ALGO A SER PENSADO NOS DIGESTORES RURAIS, como na opção de lagoas anaeróbias cobertas com lona plástica inflável (gasômetro).
Nós da SAEPAR fomos convidados pela COPEL para revermos os critérios de projeto que minimizassem ou ELIMINASSEM O CONSUMO DE ENERGIA e que produzisse BIOGÁS ÚTIL EM ABUNDÂNCIA (o objetivo da COPEL).
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Relutando, fizemos um projeto, através da consultora TECNOTEMA, de uma tal usina (ETE) para o acampamento de obras, de 10.000 habitantes, da Usina Hidrelpetrica de SEGREDO, então prevista o início das obras para breve. O projeto básico se mostrou viável, pois com os esgotos e restos de comida, se poderia alimentar, com biogás os fogões do restaurante principal do alojamento dos operários.
A COPEL mandava o CEHPAR-UFPR fazer em MODELO REDUZIDO das obras hidráulicas (hidrelétricas, barragens, desvio de rios) a serem construídas. Por isso resolveu contratar a PUC-PR para fazer um tal modelo reduzido, para 1.000 habitantes, no Campus da PUC-Curitiba, o que foi costruído em 1981 e bancado pela COPEL. Os resultados foram auspiciosos.
Os resultados da consultoria da TECNOTEMA, tão favoráveis, ano 1980, também convenceram os técnicos da SANEPAR que projetos de grandes ETEs com a tecnologia AERÓBIA ENERGÍVORALÍSSIMAS (aeração prolongada) deveriam parar e aguardar os resultados da tecnologia totalmente anaeróbia, sem qualquer gasto com energia elétrica, e gerando grandes quantidades de biogás como resultado natural do tratamento e sua eficiência.
A SANEPAR também desenvolveu sua própria planta reduzida, modelo em escala para 1.000 habitantes, no início de 1981. O projeto foi feito para o conjunto residencial BRACATINGAS, em Curitiba. E implantado e abasteceu 50 residências com gás canalizado para uso em fogões GLP sem alterar os orifícios injetores de gás sob a tampa queimadora. A ETE era composta de tratamento PRIMÁRIO, tipo tanque Imhoff sobre lagoa anaeróbia cônica, coberta com gasômetro inflável de lona de PVC) SEGUIDO POR tratamento secundário (REATOR DE FLUXO ASCENDENTE, RALF=UASB) COBERTO POR LONA PLÁSTICA, COM PAREDES TRONCO-CÔNICAS, também talude 1:1 revestido. O reator primário foi modificado para funcionar alimentado pelo FUND CÔNICO (se tornando um RALF CÔNICO). O lodo excedente, do reator primário, ia para um VALO DE METANAÇÃO, dois canais paralelos com direções opostas de escoamento) onde era adicionado resíduos agricolas do CEASA, previamente triturados finamente. O lixo digeria como se fosse escoando ao longo de interminável intestino. Todo o VALO era coberto por Lona Plástica Inflável. O excesso de lodos de esgoto e de lodos de lixo era descarregado para 2 leitos de secagem ao lado do biodigestor Valo de Metanação.
Por razões POLÍTICO-ELEITOREIRAS, pela metade de 1981 o então Secretário de Desenvolvimento Municipal do Paraná, como provável candidato a governador, encampou a idéia de construir uma Estação de Tratamento de Esgotos Urbanos e de Lixos Urbanos e Rurais e de culturas agro-energéticas (milho, cana, mandioca, etc,) e DISTRIBUIR o BIOGÁS CANALIZADO e de GRAÇA para um BAIRRO DA CIDADE.
A cidade escolhida foi Pirai do Sul, com 10.000 habitantes, com todos os esgotos indo para um só ponto de descarga: o local da futura Usina BIOGASEIFICADORA SANITÁRIA "SIMBIÓTICA INTERLIGADA", cujas obras iniciaram ainda em 1981 e entrou em operação em fevereiro de 1983, com excelente qualidade do esgoto tratado, o que levou os técnicos da SANEPAR em abandonar TODOS OS PROJETOS AERÓBIOS de esgotos por NOVOS PROJETOS TOTALMENTE ANARÓBIOS, E COM O biogás tendo valor econômico. Assim os projetos de Valos de Oxidação por AERAÇÃO PROLONGADA, para grandes cidades do Paraná, foram jogados fora. e foram substituidos por ETES ANAERÓBIAS, processo RALF-UASB, sem qualquer gasto de energia. Essas ETEs, novas, foram todas construídas alem de mais de uma CENTENA de ETES de pequeno, médio e GRANDE PORTE. Os sonhos da COPEL se realizaram na SANEPAR, graças ao engº Munir Saab, ex-diretor Presidente da SANEPAR e funcionário da COPEL.
A USINA BIOGASEIFICADORA de PIRAI do SUL, para 10.000 habitantes, era similar à ETE piloto Bracatingas de Curitiba, de 1.000 habitantes. Tanque primário, tipo Imhoff sobre lagoa anaróbia de lodos, seguido de tratamento secundário, tipo reator RALF-UASB de manto de lodos e fluxo ascendente. Ambos reatores tipo tronco-cônicos com taludes 1:1 cobertos por placas de concreto de 10cm de espessura, sem armadura e rejuntadas. Ambos os reatores eram cobertas por gasômetros de lona plástica inflável. O excesso de lodos primários ia para 12 tanques biodigestores, como inóculo BACTERIANO PARA SE TER A BIODIGESTÂO ANARÒBIA "ESTÁTICA e SEMI-SECA" em 6 meses. Os chorumes do lixo em biodigestão eram enviados oara o tratamento secundário RALF-uasb. Os tanques digestores de lixo eram cobertos com lonas plásticas infláveis. A planta piloto disso foi feita no Centro de Pesquisas da OCEPAR em Cascavel, em 12 tambores enchidos com lixos variados, associados a um reator RALF-UASB de 4m3 e 4m de comprimento e 0,90m de diâmetro.
Os biogases eram comprimidos por compressor de anel líquido (NASH) e macro-medido e odorizado com o THT (extrato de "gambá") e distribuido para 370 casas, canalizado (tubos PEAD) até os fogões residenciais que continuavam com os bicos injetores originais para GLP. Faltando BIOGÁS usava-se o GLP, normalmente. Invenção nossa,




